Na sequência da matéria sobre o combate dos efeitos da estiagem, vamos detalhar o assunto de como favorecer o desenvolvimento radicular das plantas em profundidade.
Analisando uma pesquisa da Embrapa sobre veranico e perfil do solo em ponto de murcha permanente, temos que: para um período de 8 dias de veranico, com uma ocorrência média de 3 vezes ao ano, o ponto de murcha ocorre em 40cm de profundidade. No outro extremo, para um período de 22 dias de veranico, com uma ocorrência média de uma vez a cada 7 anos, o ponto de murcha ocorre em 110cm de profundidade. Por estas observações, fica constata a importância do desenvolvimento radicular para combater os efeitos da estiagem.
Existem duas barreiras para o desenvolvimento radicular, uma física e outra química. Na parte física, temos que constatar a área compactada, que normalmente está de 20 a 30cm de profundidade, recomenda-se a descompactação e na sequência fazer plantio de espécies com sistema radicular agressivo para preencher os espaços vazios, gerados pela descompactação. Geralmente são usadas gramíneas, como aveia preta, que fornece boa condição radicular e alta quantidade de palha para cobertura do solo.
Na parte química, deve ser feita análise do solo, detectando a toxidez de alumínio no seu perfil. Este é o elemento que impede o crescimento radicular e ele é controlado pela adição de gesso, que complexa o alumínio e disponibiliza cálcio em profundidade, que é o responsável pelo crescimento radicular. Na fisiologia das plantas, o cálcio tem somente movimento ascendente, então temos que levá-lo até um metro de profundidade. Para esta recomendação da dose de gesso ideal a aplicar, deve ser buscado na assistência técnica, que irá analisar o uso de gesso com a aplicação de calcário superficial, pois no sistema plantio direto temos que aprofundar os elementos, usando as características químicas de cada um no solo e na movimentação dentro das plantas.
Na próxima matéria iremos apresentar em como corrigir a fertilidade de solo no seu perfil.
A divulgação destas técnicas são os objetivos da Associação de Conservação de Solo e Água para enfrentar estes problemas, através de cursos, dias de campo e publicações.
Eng. Agr. Humberto Dauber – ACSA