Em matérias anteriores, abordamos os efeitos da estiagem e como realizar a prevenção ou combatê-los. Hoje, vamos falar do Programa Estadual de Conservação de Solo e Água.
Em anos anteriores sofremos muitos prejuízos com as estiagens e para enfrentar esta situação, o governo estadual publicou o Decreto nº 52.751, em 04 de dezembro de 2015, sendo um programa de estado para a Política Estadual do Solo e Água, para incentivar, fomentar e melhorar as relações produtivas, sociais e ambientais. O objetivo final – aumentar a capacidade de infiltração do solo agrícola; reduzir a taxa de erosão hídrica; diminuir o risco de escassez hídrica – seria alcançado pela oferta de conhecimentos científicos e técnicos sobre a preservação da água no solo, através de um projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social – ATERS, referente ao uso e à conservação do solo e da água.
Para executar este programa, foi assinado um termo de cooperação entre a Secretaria Estadual de Agricultura e entidades públicas e privadas, para auxiliar na elaboração e formatação dos programas de ações para conscientização e mobilização em defesa do solo e da água no âmbito estadual, regional ou municipal.
A administração deste programa era feita por um Grupo Gestor, liderado pela Secretaria de Agricultura e a Emater-RS, envolvendo todas a entidades públicas e privadas nas orientações das atividades a serem realizadas. Neste período foram realizados vários cursos de Atualização Agronômica em Agricultura Conservacionista, em parceria com a Embrapa Trigo e os Cursos de Agronomia do Estado, com a intenção de instrumentar estudantes e profissionais de ATER, na reafirmação das regras do Sistema Plantio Direto, mantendo a água da chuva onde ela cai, fazer plantio em nível, aumentar a capacidade de infiltração do solo, favorecendo o crescimento radicular e fazer rotação de culturas.
Também ocorreram vários dias de campo em parceria com a Emater-RS, atingindo produtores rurais e seus técnicos para visualizar no campo a aplicação destas técnicas de conservação de solo e água, sempre com a participação da Embrapa Trigo, Universidades e Associações de Engenheiros Agrônomos.
Com a mudança do Governo Estadual, este programa foi paralisado pelas secretarias e pela Emater. Com o advento da pandemia, foi impedida a realização de cursos e dias de campo, o que restringiu os valores de patrocínio para estas ações. Mas a agricultura não para, as questões ambientais são visíveis e transcende governos favoráveis ou não. Só com a mudança de atitudes de todos, poderemos mudar esta realidade dos prejuízos das estiagens. A sociedade civil organizada poderá mudar este cenário, por esta razão está sendo constituída a ACSA – Associação de Conservação de Solo e Água, em substituição ao Grupo Gestor do Programa Estadual de Conservação de Solo e Água, que abordaremos na próxima matéria.
Eng. Agr. Humberto Dauber – ACSA